segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

À noite, cachoeira

Esta noite
Desbravamos novos caminhos, de novo
Percorremos por outros sentidos
Rumo ao desconhecido
Que tínhamos a sensação de já dominar

Na trilha das descobertas
Subi morros
Desci montanhas
Me embrenhei pelas entranhas

Vi a lua nas encostas
Senti que estava nas alturas
E que era capaz de alcançar toda luz
Em meio à noite

Gritos, sussurros,
Suor escorrendo
O calor fazendo nossos corpos arderem por um novo sentir, novo de novo

Respiração ofegante
Um mergulhar em um infinito instante
De tirar o fôlego

A natureza deste instinto
Me levou a uma trilha
Em que percorri
Muitos quilômetros

Como veículo, mãos
Sendo guiadas a cada nova curva

Senti os aromas, respirei todos os sentidos
Para conseguir voltar, ir, voltar
Por curvas que estavam ao alcance e que até já haviam sido vividas
Mas era preciso escalar mais, saborear mais, me jogar mais

Para atingir o êxtase
Que veio em forma de cachoeira
Inundando nossos desejos
De mergulhar mais fundo
Pousando a língua no céu da boca

Há muitos sentidos a serem explorados ainda nessa caminhada
E o desejo é seguir sem pressa, sem pressão
Aprendendo a viver intensamente
Dias em nossas noites